segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

o pecado de lilith: A Horizontalidade nas relações

o pecado de lilith: A Horizontalidade nas relações:      Muda-se o ano, passa o tempo, vem o carnaval... e observo a mudança que vem ocorrendo no mundo e seu reflexo no universo feminino. ...

A Horizontalidade nas relações


     Muda-se o ano, passa o tempo, vem o carnaval... e observo a mudança que vem ocorrendo no mundo e seu reflexo no universo feminino.
     O fardo que arrastava-se por décadas , pressionando a mulher ha uma paridade cruel com o homem, toma agora outra forma. O universo feminino deixa as brigas e lutas, e volta a sua essência feminina.
     A sutil mudança começa no interior, nas ações diárias, a responsabilidade passa do coletivo para a individualidade, não perdendo o senso comum.
     As mulheres hoje sabem o que querem ,reconhecem seus desejos e os buscam quebrando barreiras ,caso seja necessário. E o mais bonito, horam o feminino e tudo que vem dele. Querem ser delicadas ,frágeis, ter celulites, amamentar, respeitam a TPM...aceitam seus corpos em suas diferenças e tamanhos, compreendem seus hormônios.
    Hoje estamos no processo de travessia,  passando do padrão do desejo do outro, para a realização dos seus próprios desejos e sonhos. Aprendemos que o que impõem ,são as atitudes e os comportamentos.
    Com isso as relações estão passando a ser horizontais, pois caminhamos com nossas particularidades ao lado e não mais atrás, o velho padrão vertical de submissão , perde espaço e força.
    Essa é a verdadeira mudança , que inicia-se sutilmente com as mulheres da era de aquário.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Somos todas Alices no País das Maravilhas


Observando o movimento feminino no Brasil vejo o quanto Alice representa as mulheres brasileiras.
A metáfora infantil reverbera para nossa realidade.
Como  Alice, nós brasileiras enfrentamos obstáculos o  tempo todo, não perdendo nossa curiosidade frente a vida ,enfrentando seus obstáculos.
Mesmo  diante de uma realidade  obscura, onde o índice de femicídio  aumenta, estupros e misoginia andam a solta, e a falta de respeito delimita-se com divertidas  brincadeiras.Prosseguimos.
Nesse movimento interrupto da vida ,a mulher brasileira molda  e transforma o que pode para  sua  sobrevivência .
Desconstruindo  os padrões impostos pela Rainha, autoritária e poderosa, esse sistema, que quer cortar as cabeças dos diferentes e pesantes.
Frente ao  Coelho  Tempo que quer nos aprisionar em padrões etários de beleza, produtividade e vida. Enfrentamos corajosamente a liberdade das  prisões culturais.
O espantalho, o leão, o homem lata...personagens que  reproduzem nossas faltas reais; nos paralisam mas  caminhamos ,nos retiram  o celebro mas erguemos as família, nos desencorajam mas enfrentamos o mercado de trabalho, nos dizem que não temos coração mas somos sentimentos.
Seguimos reinventando as construções sociais.
E continuamos frente ao medo de nossa própria fragilidade.
Contando para o Gato a desordem e ausência de regras desse país.
Assim  vivem  as  Alices no Brasil das maravilhas.

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Esperança Garcia

     Em 6 de setembro de 1970 uma escrava ,escreve...
      Esperança Garcia veio de alguma aldeia Africana, deixada em nossos portos, comprada e levada a uma fazenda, onde casou-se,  teve  filhos, foi batizada, ganhou um nome em Português sendo catequizada e alfabetizada  pelos  jesuítas.
       Tudo  isso em 1770, onde mulheres não eram consideradas ,por alguns vista em segundo patamar, onde ser alfabetizado era previlegio masculino e de pessoas  de posse, onde escravos eram objetos descartáveis.
       Essa mulher que teve sua identidade transformada, sua  cultura  africana apagada, sua  família despedaçada... tira forças de suas entranhas e  escreve.
Escreve  a primeira carta petição para o Governador do  Maranhão, pedindo a restauração de seu núcleo familiar e que o mesmo  desse  jeito, nos maus tratos que  estava sofrendo de seu novo feitor, escreve  como se um escravo tivesse  direitos.
       Ela escreve muito mais que uma carta, ela deixa registrado sua coragem e dignidade, ela revindica direitos de um ser humano que  lhe foi negado. Exibindo uma esperança que rompeu barreiras e continentes.
      Ficando para sempre. A sua carta petição impulsiona a abolição  da escravatura, e  está  viva até hoje  nos  registros portugueses.
      Uma negra, escrava e mulher.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

o pecado de lilith: O filho que carregamos

o pecado de lilith: O filho que carregamos:     Para nascer um  novo  ser é necessário que  ele seja  gerado  após a fecundação ,em um  útero. E o útero é componente exclusivo do corpo...

O filho que carregamos

    Para nascer um  novo  ser é necessário que  ele seja  gerado  após a fecundação ,em um  útero. E o útero é componente exclusivo do corpo da mulher .
Somos nós mulheres que carregamos o ovulo fecundado e o sentimos crescer e desenvolver .
     A gestação nos torna uma só carne .E esse vinculo é eterno.
Daí o ditado : Quem beija meu filho ,minha boca adoça.
    Entendo que o homem vivencia o vínculo a partir do momento que  presencia e visualiza sua fecundação ,o vínculo não é corporal  como a mulher . Por isso a grande diferença do olhar materno para o paterno.
    Por isso cuidar da mulher é incluir seus filhos ,é protege los, é educa los. Em uma sociedade que respeita a mulher há inclusão ao que provém dela. Há  proteção as crianças e aos adolescentes.
    Hoje quando observo as  mudanças da reforma da previdência e vejo a exclusão ,dos autistas e downs, dos amparos sociais ,reparo a violação aos mais frágeis e um  desrespeito a parte mãe de uma mulher.
     Todas nós sentimos.
Porque sabemos que quanto mais frágeis mais protegemos.

quinta-feira, 18 de abril de 2019